Mudanças climáticas vão deixar voos mais turbulentos

Prepare-se para altas de 59% nas turbulências leves, 94% nas turbulências moderadas e 149% nas turbulências severas, diz estudo recente

Marcelo Albuquerque
Por Marcelo Albuquerque
fceb3f1178e21128699c4d3b1228f50f

As turbulências acontecem por causa de alterações na velocidade e direção do ar quando duas correntes diferentes se encontram.

Como o aquecimento global não atinge todo o planeta da mesma forma, as diferenças de temperatura podem se acentuar tanto no chão quanto em grandes altitudes – e com elas, a intensidade e instabilidade desses choques.

A previsão não é exatamente nova e já estava sendo discutida entre especialistas. A novidade do estudo é que ele calculou os aumentos na frequência de cada tipo de turbulência.

Para isso, Williams usou um modelo climático. Na primeira versão, a referência foram os níveis de gás carbônico na atmosfera encontrados antes da era industrial.

Na segunda, o cálculo foi feito com o dobro de concentração de gás carbônico – nível que deve ser atingido em meados do século, de acordo com previsões relativamente moderadas de aumento de emissões.

O resultado: altas de 59% nas turbulências leves, 94% nas turbulências moderadas e 149% nas turbulências severas.

“Uma intensificação da turbulência de ‘ar limpo’ pode ter consequências importantes para a aviação. A turbulência causa danos às aeronaves e é a causa por trás do medo que muitas pessoas tem de viajar de avião”, diz o estudo.

Vale lembrar que as turbulências calculadas por Williams estão relacionadas não ao tempo ruim em si, algo que os pilotos podem ver e desviar, e sim a mudanças nas correntes invisíveis a olho nu (o chamado ‘clear air’), que não podem ser detectadas de forma a permitir uma correção de rota. (Via Exame)