Mandados de busca e apreensão são feitos em endereços de Marconi Perillo

Jayme Rincon, coordenador de campanha do atual governador e candidato a reeleição, já foi preso

Marcella Alves
Por Marcella Alves
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Hoje de manhã (28/09) a Polícia Federal iniciou a operação Cash Delivery, uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços associados a Marconi Perillo, candidato ao Senado e diversas vezes ex-governador de Goiás.

Jayme Rincon que foi preso pela PF é coordenador da campanha do atual governador de Goiás, José Elinton (PSDB), que também é candidato à reeleição.

A Cash Delivery apura repasses indevidos para agentes públicos em Goiás. Mais de R$ 12 milhões estão sendo investigados. A operação tem 14 mandados de busca e apreensão e 5 de prisão temporária em Goiás e São Paulo.

O ex-governador de Goiás se tornou réu no início de setembro por corrupção passiva, juntamente com os candidatos a presidência Fernando Haddad (PT) denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro e Geraldo Alckmin (PSDB) por improbidade administrativa por caixa dois. Empresários, agentes públicos e doleiros estão sendo investigados pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Toda essa operação foi baseada na delação de executivos da Odebrecht.

A Polícia Federal informou inicialmente que o ex-Governador de Goiás teve prisão decretada, mas retificou a informação dizendo que investigadores não pediram a prisão de Perillo porque o período eleitoral imepriria o cumprimento do mandado.

Marconi Perillo

O Ministério Público Federal afirma que o candidato, quando senador e depois governador do estado, recebeu e pediu propina nos valores de 2 milhões de reais em 2010 e 10 milhões de reais em 2014 para favorecer a Odebrecht em contratos e obras em Goiás. A operação Cash Delivery tem como intuito rastrear o destino desse dinheiro.

O MPF mostra que houveram, pelo menos, 21 entregas do dinheiro irregular em 2014 feitas pela Odebrecht para o favorecimento do candidato ao senado. Indícios mostram que Marconi era o chefe do grupo, enquanto Jayme agia como seu braço direito.

Apesar disso, o ex-governador não pode ser preso por causa da lei eleitoral. Ela proíbe que candidatos sejam presos ou detidos 15 dias antes das eleições, a não ser que sejam presos em flagrante.

No início de setembro, Perillo também virou réu em outro processo. Nesse caso, a 8ª Vara Criminal aceitou uma denúncia contra ele em um processo que já envolvia Carlinhos Cachoeira.

Neste caso, o candidato a senado é acusado de favorecer contratos da Construtura Delta com o poder público em troca de propinas. A denúncia foi apresentada em março de 2017. Junto a Perillo, o contraventor Carlos Augusto Ramos, Carlinhos Cachoeira, o ex-presidente do Conselho de Administração da construtora, Fernando Cavendish e o ex-diretor da empresa, Cláudio Abreu, também foram denunciados.

 

 

Foto: Ueslei Marcelino-Reuters/Reprodução