Longa-metragem sobre a vida do poeta Torquato Neto chega à Goiânia

Conquistou seu espaço durante o Tropicalismo ao lado de gigantes como Gilberto Gil e Jards Macalé

Júlia Marreto
Por Júlia Marreto
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Torquato Neto – Todas as horas do fim

Com estreia em 8 de março, o documentário sob direção de Eduardo Ades e Marcus Fernando, conta a vida de Torquato Neto (1944-1972), entre as diversas e apaixonantes rupturas vividas pelo poeta. Atuando em múltiplas frentes – no cinema, na música, no jornalismo –, o poeta piauiense engajou-se ativamente na revolução que mudou os rumos da cultura brasileira nos anos 60 e 70.

Foi um dos pensadores e letristas mais ativos da Tropicália, parceiro de Gilberto Gil, Caetano Veloso e Jards Macalé. Junto à arte marginal, radicalizou sua atuação e crítica cultural, com Waly Salomão, Ivan Cardoso e Hélio Oiticica. Por fim, rompe com sua própria vida. Suicida-se no dia de seu aniversário de 28 anos.

Vida de Poeta

Torquato Neto foi um poeta, letrista e jornalista, nascido em Teresina (PI), em 1944. Viveu em Salvador (BA) e, a partir de 1963, no Rio de Janeiro (RJ), onde estudou jornalismo. Trabalhou nas redações do Correio da Manhã e de O Sol, onde assinou por quase um ano a coluna de crítica musical Música Popular. Também trabalhou em agências de propaganda e na gravadora Phillips.

Trabalhou junto à Gilberto Gil, tendo entre suas primeiras letras Louvação, gravada por Elis Regina e, em seguido, pelo co-autor, Gil, em 1967. No mesmo ano o movimento Tropicalismo estourou, fazendo com que Torquato Neto brilhasse como letrista. Sua contribuição foram as letras da canção-manifesto Geléia Geral, Marginália 2, Mamãe Coragem e Deus Vos Salve Esta Santa Casa, sendo as duas primeiras com Gilberto Gil e as duas últimas com Caetano Veloso. Além desses grandes nomes, Torquato ainda trabalhou ao lado de gigantes como Edu Lobo e Jards Macalé.

Entre os anos de 1971 e1972, Torquato escreveu a polêmica coluna Geléia Geral, no jornal Última Hora. Militando, até a exaustão, pelo cinema marginal, combatendo o Novo Cinema e a música comercial, além de sua luta pelos direitos autorais.

Em seu último ano de vida, escreveu artigos para jornais marginais como Flor do Mal e Presença; junto a Waly Salomão organizou a única edição de Navilouca, uma revista que foi publicada postumamente, em 1974. Em 1972, seu temperamento complexo, internações psiquiátricas e problemas profissionais o levaram ao suicídio, no Rio de Janeiro.

Logo depois de sua morte, Waly Salomão e Ana Araújo, esposa de Torquato, organizaram material inédito do poeta, publicando-o em Os Últimos Dias de Paupéria.

 

eu, brasileiro, confesso minha culpa, meu pecado, meu sonho desesperado, meu bem guardado segredo, minha aflição.

– Gilberto Gil e Torquato Neto

 

S E R V I Ç O 

Onde: Cine Cultura – Centro Cultural Marieta Telles Machado, Praça Doutor Pedro Ludovico Teixeira, 2 – Centro

Quando: 08 à 21 de março de 2018

Horário: 20h30

Quanto: R$8 [inteira] | R$4 [meia]

Informações: (62) 3201-4670

 

Imagem: Vitrine Filmes / reprodução