Fagner revela sonho de gravar disco mesclando o Nordeste e o Líbano, em entrevista exclusiva ao Curta Mais

O cantor falou ainda de dois novos projetos, sua relação carinhosa com Goiânia e a expectativa de cantar no Arraiá do Cerrado

Adelina Lima
Por Adelina Lima
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(Texto: Thalita Braga)

Raimundo Fagner Candido Lopes nasceu no dia 13 de outubro de 1949. É cearense de Orós, filho de Francisca Candido Lopes e José Fares Lopes.  Cantor, compositor e produtor musical, o artista contabiliza mais de 20 milhões de discos vendidos ao longo de mais de 40 anos de carreira e abre o Arraiá do Cerrado hoje, 6, em Goiânia.

O artista, que teve início na música quando ainda era criança, é considerado um dos grandes nomes da música brasileira. Durante toda a sua trajetória, Fagner teve a oportunidade de trabalhar em parceria com grandes artistas como Zeca Baleiro, Zé Ramalho e vário outros. “Foram mais de 100 músicas gravadas em parceria com grandes nomes da música brasileira”, lembrou.

Seu primeiro álbum, lançado em 1973, intitulado Manera Fru Fru Manera: O Último Pau-de-arara teve a participação de Nara Leão, Belchior e Naná Vasconcelos. Ele foi relançado pela Philips em 1976. Fagner lembrou que fez duas apresentações em Goiânia, no Teatro Rio Vermelho, com casa cheia. “Tenho uma relação muito importante com Goiânia, fui convidado pela primeira vez para participar de um festival aqui e vi uma família inteira de músicos cantando as minhas músicas, isso na presença do Menescal, Chico Buarque. Foi o primeiro impacto, a primeira resposta que tive do meu primeiro disco e por conta disso passei a vir todos os anos”.

A carreira do intérprete, compositor e instrumentista cearense Fagner rendeu 75 discos lançados, não incluindo oito coletâneas. Na estante, o cantor coleciona prêmios de todos os tipos, desde o Festival TV Tupi de 1979, quando venceu na categoria de Melhor Intérprete com a canção “Quem Me Levará Sou Eu”, de Dominguinhos e Manduja, até as premiações mais recentes do Criança Esperança, Cultura Viva, do Ministério da Cultura, e duas vezes o Itaú-Unicef pelo trabalho da Fundação Social Raimundo Fagner. Claramente, 40 anos ainda é muito cedo para parar.

Fagner é considerado um dos artistas mais importantes da música brasileira. Foi na voz dele que sucessos que marcaram a vida de gerações ficaram conhecidos. Entre os exemplos estão “Guerreiro menino”, “Deslizes”, “Romance no deserto”, “Borbulhas de amor” e “Canteiros”.

Batemos um papo descontraído com Fagner e ele revelou sua relação especial com Goiânia e as novidades que vem por aí: 

 

1 – Qual a expectativa de cantar em umas das maiores festas juninas de Goiás?

Estamos preparando um show bem animado para quem não pôde curtir o São João no Nordeste, com banda, uma estrutura muito boa. Quero retribuir todo o carinho que o público goiano sempre teve e que guardo comigo.

 

2 – Com 40 anos de carreira, muitos sucessos, o que você espera do futuro?

Eu e o Zeca (Baleiro) estamos trabalhando em um projeto novo que surgiu há 10 dias, já estamos escolhendo repertório e vamos homenagear as compositoras brasileiras – Marina, Adriana Calcanhoto, Gadú. Outro projeto que está em andamento é em Brasília, junto com o Clube do Choro – Seresta Brasileira. Acredito que esses dois projetos saiam ainda esse ano, porque tem outras pessoas envolvidas, inclusive atropelando meu novo CD, que estou trabalhando a 3ª… 4ª música.

 

3 – Ao longo de sua carreira você fez parcerias com grandes artistas, existe algum que ainda não teve a oportunidade de trabalhar e junto e gostaria? Qual?

Alcione, uma grande amiga e uma cantora formidável, mas que ainda não tivemos a oportunidade de gravar juntos.

 

4 – Conhece alguma cidade turística de Goiás?

Quando morei em Brasília, ia muito para Caldas Novas, também já conheci e cantei em Aruanã e passei uns dias na Terra do Zezé: Pirenópolis, aquela cidade tem uma energia incrível!

 

5 – O que você mais curte em Goiânia?

O melhor dos lugares são as pessoas, gosto de conhecer a cultura, a culinária de cada região e não sou chegado em pequi, mas comi um tucunaré maravilhoso hoje no almoço.

 

6 – Uma comida preferida?

Peixe

 

7 – Uma bebida predileta?

Cerveja

 

8 – Um lugar para morar?

Eu tenho uma casa na praia em Fortaleza, tenho casa no Rio de Janeiro, mas não moro em lugar nenhum.

 

9 – Três músicas que não podem faltar no seu carro?

Beatles, Stevie Wonder George Harrison. Agora música brasileira, tudo que sai novo eu escuto. Tem uma semana que estou ouvindo o disco novo do Zeca Baleiro, um trabalho incrível que você não consegue parar de ouvir.

 

10 – Um filme?

Cinema Paradiso

 

11 – Um ídolo?

Luiz Gonzaga

 

12 – Uma figura histórica?

Padim Ciço

 

13 – Um hobby?

Jogar Futebol, mas me aposentei por causa do joelho.

 

14 – Um dia feliz?

Os dias que eu acordo bem, que vejo meu neto e as pessoas em minha volta felizes.

 

15 – Um dia triste?

Eu estou em uma idade que a gente perde mais que ganha, mas tenho contado só os ganhos.

 

16 – Um sonho?

Fazer um disco ligado ao Líbano, meu pai é de lá, por várias situações ainda não consegui conhecer aquela Terra, mas acho a música de lá incrível e seria uma grande realização misturar os instrumentos de lá com o do Nordeste. O pai do Baleiro é árabe e tenho ”pilhado” ele para fazermos esse trabalho juntos.

 

17 – Um homem bonito?

Tarcísio Meira

 

18 – Uma mulher bonita?

Luíza Brunet e a Miss Martha Rocha, eleita em 1954.

 

19 – Uma Saudade?

A gente sempre tem, a minha é da minha mãe.

 

20 – Uma frase para sua lápide?

Fui!

 

21 – O que você gostaria de ouvir de Deus ao chegar no céu?

Seja bem-vindo!

 

Arraiá do Cerrado 2016 – Show Fagner 

Quando: 6 de julho

Que horas: 23h30

Onde: Centro Cultural Oscar Niemeyer

Quanto: Entrada Franca

 

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