Depressão será a doença mais incapacitante do mundo até 2020, diz OMS

A depressão é assim, um mal silencioso e ainda mal compreendido – até mesmo entre os próprios pacientes

Bianca Stephania Siarom
Por Bianca Stephania Siarom
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Começa assim, bem devagarinho. Uma vontade de ficar em casa, sozinho consigo mesmo sem se preocupar com nada. Enfia a cara na Netflix e se afunda em um mar de solidão e é o único lugar onde você se sente confortável. É o único lugar onde quer estar. Quando percebe, já não tem mais ciclo social de amigos e nem convites para uma reunião entre colegas, afinal, você nunca aceitava mesmo.

Num dia, você acorda triste, desanimado. No outro, bate uma sensação de vazio e uma vontade incontrolável de chorar, sem qualquer motivo aparente. A depressão é assim, um mal silencioso e ainda mal compreendido – até mesmo entre os próprios pacientes.

A depressão causa perda de interesse em atividades, prejudicando significativamente o dia a dia. Tarefas como arrumar o quarto ou sair para encontrar os amigos deixam de ser rotineiras e passam a ser um peso. A pessoa depressiva se torna incapacitada para trabalhar, estudar, cuidar da família, etc.

Segundo a Oganização Mundial de Saúde (OMS), até 2020 a depressão será a principal doença mais incapacitante em todo o mundo. Isso significa que a pessoa deixa de produzir e tem a sua vida pessoal bastante prejudicada.

Atualmente, mais de 120 milhões de pessoas sofrem com a depressão no mundo – estima-se que só no Brasil, são 17 milhões. E cerca de 850 mil pessoas morrem, por ano, em decorrência da doença.

Mas também, nem toda tristeza é uma depressão. Brigar com o namorado, repetir o ano escolar e perder o emprego são motivos para deixar alguém triste, cabisbaixo. Isso não significa, porém, que o sujeito está com depressão. Em alguns dias, ele, certamente, vai estar melhor.

Frases como “isso é preguiça”, “você tem tudo o que precisa, tá com depressão por que?” e “se ocupe com outras coisas que você não terá tempo de pensar em bobagens”, funcionam como uma bomba na cabeça de quem já se esforça, diariamente, para conseguir sair da cama.

“Globalmente, apenas metade daqueles que precisam de tratamento psiquiátrico recebem ajuda”, afirma Nadège Herdy, psiquiatra da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo. Quadros depressivos são as principais causas de suicídio no mundo.

O ideal é buscar ajuda de um especialista. O psicólogo irá fazer uma série de perguntas sobre seu estado físico e emocional. Na terapia, você terá a oportunidade de falar mais sobre as situações que lhe causam ansiedade, sem julgamentos. Em alguns casos, o psicólogo pode recomendar que você procure um psiquiatra, que irá receitar uma medicação específica para baixar a ansiedade.