Confundida com boate, igreja inaugurada em Goiânia gera curiosidade nas redes sociais

Fiéis de todas as idades participam dos cultos da igreja, que chama a atenção com fachada luminosa e mega telão

Caio Miranda
Por Caio Miranda
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Quem passou pela Avenida 85 nas últimas semanas em Goiânia pôde ter imaginado que a construção que se erguia ao lado de uma lanchonete fast food se tratava de mais uma boate, bar ou casa de eventos do Setor Bueno, próxima ao Marista. Muita gente se surpreendeu ao descobrir que o galpão dava espaço, na verdade, a uma igreja bastante diferente em um das localizações mais badaladas da cidade.

Estamos falando da igreja Casa, que antes mesmo de ganhar seu espaço oficial, no último domingo (1º), já dava o que falar nas redes sociais.

Em entrevista ao Curta Mais, a Pastora Giovanna Lovaglio Passamani, uma das líderes da instituição, garante que a confusão não é proposital. “A ideia da igreja nasceu de forma muito natural, da vontade de louvar e adorar a Deus em um lugar aconchegante”, diz ela. “Nasceu da vontade de ter um lugar onde as pessoas pudessem entrar em contato com Ele com mais privacidade, sem que as roupas que estão vestindo, por exemplo, fossem o mais importante”, continua.

Diferente de outras igrejas, sempre muito bem iluminadas, o que se vê ao adentrar a Casa é um salão amplo, com um altar muito parecido com um palco. A iluminação colorida dá o tom dos cultos, sempre embalados por bastante música e participação dos fiéis.

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O casal de pastores Giovanna e Davi Passamani (Foto: Instagram/Reprodução)

Apesar do tamanho da nova sede e de contar com mais de seiscentos frequentadores assíduos, a Casa (sigla que representa as palavras Comunhão, Adoração, Salvação, Avivamento e Amor) tem uma história ainda curta, de cerca de dois anos. “Tudo começou quando eu e meu marido, o pastor Davi Passamani, recebemos um chamado para nos mudarmos de Ipatinga [a 200km de Belo Horizonte] para Goiânia. Achávamos inicialmente que este chamado aconteceu porque aqui havia um povo que precisava ser cuidado, e com o tempo fomos entendendo melhor o nosso propósito por aqui”, revela Giovanna.

Cerca de dois meses após a chegada do casal à terra do pequi, eles começaram a realizar encontros com amigos na casa onde moravam. Com o passar do tempo, o grupo cresceu e passou a se encontrar no terraço do prédio, depois no auditório do edifício e, por fim, em uma casa de eventos antes de ganhar a sede própria. Todo o processo foi rápido: aconteceu em cerca um ano e meio.

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Hoje, metade dos fieis da igreja é formada por jovens de 20 a 27 anos (Foto: Instagram/Reprodução)

Rápida também foi a construção da sede, que ostenta um enorme símbolo luminoso de casa na fachada. Exatamente 52 dias separaram o início das obras e a inauguração. “Para muita gente, ao olhar a igreja pronta, é mesmo difícil acreditar. Mas como no projeto de Neemias, esses 52 dias para a gente foram puro milagre”, se emociona Giovanna, em alusão à passagem bíblica que dá conta da edificação dos muros de Jerusalém por Neemias.

No início, a maioria dos membros da Casa era formada por jovens entre 20 e 27 anos. “Hoje em dia, isso mudou um pouco. A relação agora é de 50% de jovens e a outra metade é formada por crianças, adultos e idosos”, diz Giovanna. Para ela, os jovens estão trazendo as pessoas de casa para a igreja.

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Encontro na igreja Casa (Foto: Instagram/Reprodução)

Jovem e moderna também é a comunicação da igreja, que marca presença maçiça nas redes sociais. Todos os cultos são compartilhados em tempos real através dos stories do Instagram, cujo feed também é recheado de fotografias e vídeos com efeitos dignos de um profissional de mídias sociais. “Mas quem cuida das nossas redes sociais, de forma voluntária, é o Átila, um rapaz de 23 anos. É ele quem grava e sobe tudo para o Insta, além de ser responsável por uns 90% da nossa parte de criação e identidade visual” revela a pastora. O resultado é visível assim que se acessa o perfil da igreja na rede social: quase trinta mil seguidores.

“Nesta semana de inauguração, estaremos com encontros todos os dias, exceto nesta sexta-feira. Na próxima, nossos encontros acontecerão às quintas e domingos” diz Giovanna.

Apesar do dinamismo e modernidade, a pastora garante que não são estes os principais atrativos da igreja. “Não tenho dúvida alguma que o público vem a nós atraído pela ideia do avivamento cristão. Apesar de tudo, não nos consideramos melhores nem diferentes que as outras igrejas. Acredito apenas que Deus determina um agir próprio para cada grupo, e o nosso é este”, conclui.