O Hospital Araújo Jorge (HAJ), referência no tratamento do câncer em Goiás corre o risco de suspender o atendimento do transplante de medula óssea, UTI, pronto-socorro e oncologia pediátrica. Segundo a assessoria de imprensa do Hospital, a situação foi causada por dívida acumulada ao longo de 12 anos por gestão destituída pelo Ministério Público de Goiás, no valor de quase R$ 80 milhões; a crise financeira enfrentada pelo País e a alta do dólar que resultaram no aumento dos custos de insumos hospitalares e de medicamentos e, por fim, os valores praticados pela tabela do Sistema Único de Saúde, que representa 85% da receita, estão congelados há cerca de 20 anos.

Nesse momento, o Araújo Jorge precisa do apoio da sociedade e do Poder Público para conter uma grave crise financeira que está enfrentando. Esse é um dos objetivos da campanha de mobilização #SomosTodosACCG lançada pela Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG), entidade filantrópica, mantenedora do HAJ, centro de referência no tratamento de pacientes com câncer, junto a um abaixo-assinado direcionado à Secretaria Municipal de Saúde, à Secretaria Estadual de Saúde, ao Ministério Público de Goiás e ao Ministério Público Federal pedindo apoio para conter a crise.

Caso essa mobilização não gere resultados imediatos, milhares de pacientes do SUS poderão ter o atendimento interrompido e correm o risco de serem transferidos para outros estados. Essa situação precisa ser revertida.

Além das questões de financeiras habituais, o hospital ainda passa por entraves relacionados ao repasse de valores. Como a entidade é ligada ao município de Goiânia, todos os repasses direcionados ao hospital passam pela prefeitura. E a administração municipal estaria retendo os valores que deveriam ser utilizados para a compra de insumos e pagamento dos funcionários do hospital.

Sobre isso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) encaminhou uma nota à imprensa nessa terça-feira, 2, anunciando que os recursos provenientes do Estado estão seguindo trâmite legal para serem repassados ao Hospital Araújo Jorge e devem ser repassados ainda nesta semana. Conforme a secretaria, o secretário Fernando Machado explica que “não se pode atropelar todo um trâmite burocrático legal com risco de se cometer improbidade nos atos de repasse”.

 

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