Cleisla Garcia, autora do livro Sobre Viver, explica o que é preciso para prevenir o suicídio entre jovens e adolescentes

Em uma entrevista exclusiva, franca e responsável com Marcelo Albuquerque

Júlia Marreto
Por Júlia Marreto
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O suicídio é um tema delicado, que precisa ser debatido e discutido com cautela e responsabilidade. O que pouca gente sabe é que, muitas vezes, o suicídio é cometido justamente pela falta de diálogo. Pela pressa, desatenção, falta de atenção àqueles que tanto amamos.

O que não quer dizer que os parentes, amigos ou colegas de trabalho são responsáveis por esse acontecimento. Não! Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Geralmente, o suicídio é a consequência de uma série de problemas com os quais a pessoa vem tentando lidar (sozinha) mas não consegue. As causas podem ser as mais variadas, desde transtornos psicológicos (como depressão, transtorno bipolar, estresse pós-traumático, TOC, ansiedade generalizada, e muitos outros), abuso de substâncias tóxicas (drogas psicoativas, alcoolismo, entre outras), biológica (por exemplo: doenças mentais hereditárias) até sociais (problemas familiares, amorosos, financeiros; forma de rebeldia ou protesto, e mais).

Só no ano 2000, 815 mil pessoas cometeram suicídio em todo o mundo, isso quer dizer 14,5 mortes a cada 100 mil habitantes. E o Brasil é o país com a maior taxa de transtorno de ansiedade do mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

A questão é: depressão, TOC, estresse e tantas outras doenças não são levadas à sério. De acordo com especialistas do mundo todo, a depressão é considerada o ‘mal do século 21’, e é uma das maiores responsáveis por suicídios.

Alguns dos principais indícios que podem indicar que uma pessoa tem propensão a suicidar-se são: frases alarmantes (‘eu quero morrer’; ‘eu queria sumir’; ‘nao aguento mais’); mudanças inesperadas; uso de substâncias psicoativas; baixa autoestima, desinteresse por todos, voltar a si mesmo.

Então, o que fazer para evitar que essas situações aconteçam? Como identificar e ajudar uma pessoa que apresenta indícios suicidas? Pessoas aparentemente felizes e saudáveis, “do nada”, cometem suicídio e ninguém entende o que leva essas pessoas à prática de ato tão extremo.

Mas, por quê essas pessoas chegam a esse ponto? Quais são os sinais emitidos por uma pessoa até, de fato, tentar suicídio? Existe mesmo um ‘perfil suicida’? Como o jogo Baleia Azul, que aterrorizou pais, recruta jovens para seus desafios mortais? Filmes e séries, como 13 Reasons Why, podem mesmo levar pessoas a cometer suicídio ou podem servir de alerta para pais e familiares?

O jornalista Marcelo Albuquerque, na série “Sem Pauta”, entrevista sua amiga e colega de profissão, Cleisla Garcia, responsável pelo livro “Sobre Viver“. De maneira leve e cuidadosa, abordam o tema e respondem todas as perguntas acima. Confira a entrevista na íntegra: