Casal vítima da lama em Brumadinho veio da Austrália para anunciar gravidez à família

A irmã Camila Taliberti, o pai Adriano Ribeiro e a madrasta Maria de Lourdes também estavam hospedados na pousada a 200m da barragem com o casal e estão desaparecidos

Bianca Stephania Siarom
Por Bianca Stephania Siarom
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O Corpo de Bombeiros confirmou, nesta quarta-feira (30), que pelo menos 99 pessoas morreram em decorrência da queda da barragem I da Mina do Feijão, em Brumadinho. Um dos corpos era o de Luiz Taliberti Ribeiro da Silva, de 31 anos, que veio com sua companheira, Fernanda Damian de Almeida, de 30 anos, da Austrália anunciar a gravidez para a família.

O casal chegou na cidade no mesmo dia do rompimento da barragem, por volta de 11h da manhã Fernanda enviou a última mensagem pelo Whatsapp para seu pai, avisando que já estava na cidade. Poucas horas depois a barragem se rompeu, e não se teve mais notícias dos noivos.

Noivos desde outubro do ano passado, o casal estava hospedado na Pousada Nova Estância com familiares, em uma área de mata em Brumadinho, e planejavam conhecer o Instituto de Inhotim. Tanto a Pousada quanto o Instituto eram próximos da barragem.

Após o rompimento da barragem, o mar de rejeitos passou exatamente pela rota da pousada, que ficava a 200 metros do local. Não houve tempo para escapar; moradores da região estimam que cerca de 30 pessoas, entre hóspedes e funcionários, estão desaparecidas.

A lista de desaparecidos divulgada pela mineradora Vale, responsável pela barragem, ainda mostra que Fernanda não foi encontrada. Luiz, no entanto, já é uma das vítimas que foi identificada pelo Instituto Médico Legal (IML). A irmã Camila Taliberti Ribeiro da Silva, de 33 anos, o pai Adriano Ribeiro da Silva, 61 anos e a madrasta Maria de Lourdes Bueno também estavam hospedados na pousada com o casal. Eles continuam desaparecidos, junto com os outros 273 nomes que, até o momento, compõe a lista da tragédia de Brumadinho.

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Luiz (direta) teve o corpo encontrado e Camila (2ª da esquerda) está desaparecidos | Foto: Facebook | Reprodução

Luiz, que é arquiteto, esperava por seu primeiro filho, Lorenzo, e estava ‘radiante’ com a gravidez. 

A Vale matou meu filho. Há quatro horas fomos avisados que encontraram o seu corpo. Mas, a sirene não tocou. A gerente da pousada nos contou que todos estavam muito preparados para emergência e rotas de fuga. Em cinco minutos todos estariam seguros. Mas a sirene não tocou. Como a sirene, estamos em um silêncio de dor”, lamentou em redes sociais o padrasto do rapaz, Vagner Diniz, que foi até o município de Brumadinho para tentar localizar as vítimas.

Com informações retiradas do site Veja 
Fotos: Facebook | Reprodução