A história de Guru, um leão solto pelas ruas de Goiânia

Ele conseguiu derrubar as cercas da madeireira que vigiava e fugiu em pleno Setor Universitário

Caio Miranda
Por Caio Miranda
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A foto abaixo foi feita em abril de 2016, quando moradores de Johanesburgo, na África do Sul, se surpreenderam com a cena de um leão andando pelas ruas da cidade:

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A boa notícia era de que Columbus, como o ‘bichano’ é chamado, estava apenas participando das gravações de um filme e logo seria devolvido ao parque de onde havia sido emprestado.

Essa história parece distante demais da nossa realidade, não é? Mas Goiânia já teve um acontecimento parecido, dessa vez com um desfecho trágico.

Guru, um leão nas ruas de Goiânia

Em meados da década de 1980, Mário Ângelo Simionato começou a criar Guru, um leão, quando ele ainda era um filhote. Muito dócil, o animal chegava a dormir na cama da filha caçula de Simionato.

Quando o felino ficou muito grande, o empresário sentiu o perigo e passou a usá-lo para proteger a sua madeireira.

No dia 13 de julho de 1986, um domingo, Guru escapou do frágil cercado que o prendia e logo chegou à Rua 227, paralela à Avenida Anhanguera, no Setor Universitário.

Naquele momento, Iraídes e José Junqueira saíam de casa com sua filha, Suzana, que tinha dois anos. Ao ver o animal, a criança abriu os braços e cantou ‘Parabéns pra você’.

Guru, que estava há dias sem comer, abriu a boca e agarrou a garota pelo pescoço. Ela morreu na hora. ‘Foi tudo muito rápido’, disse a mãe.

Ocorrido fez com que o IBDF (órgão encarregado do controle de animais selvagens) abrisse um inquérito para apurar as responsabilidades. Autoridades da cidade já haviam recebido muitas denúncias da presença do leão antes da tragédia e nenhuma medida havia sido tomada.

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Revista veja, junho de 1988

Desfecho

Guru foi levado a uma jaula no Jardim Zoológico, onde virou uma ‘celebridade’, chegando a receber milhares de visitantes a cada fim de semana.

O caso foi levado pela família da garotinha à Justiça, onde perdurou por anos. José Junqueira aceitou uma indenização de 140 mil cruzados.