10 maiores casos policiais em Goiás que chamaram a atenção do Brasil e do mundo

Algumas notícias são tão marcantes que viraram fatos históricos

Redação Curta Mais
Por Redação Curta Mais
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 Casos policiais acontecem todos os dias. Chamam a atenção pela brutalidade, pelo perfil dos envolvidos e pelo inesperado. Mas algumas histórias ganham tanta notoriedade na mídia que ficam marcadas no tempo.

Puxando à memória, Goiás carimbou emblemáticos casos policiais que repercutiram nacionalmente. Alguns desses episódios foram tão marcantes que basta um termo, como “serial killer”, para que as pessoas já se recordem de qual fato e do que se trata. Alguns casos tristes, outros revoltantes. Relembre 10 casos de polícia em Goiás que rodaram os noticiários em todo o país. Você se lembra deles?

 

1. Caso Lázaro

O caso mais recente que preocupa os moradores de Goiás e do Distrito Federal é o de Lázaro Barbosa de Sousa: já são dez dias de perseguição e um rastro de violência extrema pelo caminho. O homem, de 33 anos, é acusado de matar uma família de quatro pessoas em Ceilândia – pai, mãe e filhos -, invadir chácaras, fazer reféns, atear fogo em carro e casa e balear três vítimas.

A busca pelo criminoso está em curso desde quarta-feira (9/6) e reúne mais de 200 policiais e 50 viaturas do Distrito Federal e de Goiás, que reforçam as buscas pelo suspeito, que, até o momento, sempre conseguiu dar um jeito de fugir e impõe rastro de violência no processo.

 

2. Thiago Henrique: o maior Serial Killer da história de Goiânia
Já que iniciamos a chamada exemplificando este caso, vamos relembrá-lo. Tiago Henrique Gomes da Rocha, conhecido como o Serial Killer de Goiânia, foi um dos casos policiais goianos recentes de maior repercussão nacional. Após uma série de crimes recorrentes na capital em 2014, a investigação chegou a conclusão que os casos tinham um único envolvido. Thiago assumiu para polícia ter matado 39 pessoas, entre 2011 e 2014. Suas vítimas eram mulheres, moradores de rua e homossexuais. A soma dos anos de sua condenação beira 660 anos de prisão. Após condenado, o serial killer revelou que sofreu bullying e abuso sexual na infância. Atualmente, Tiago se prepara para lançar livro sobre sua vida como matador em série.

3. Leonardo Pareja

O nome é bastante familiar para os goianienses, sobretudo para aqueles que têm mais de 30 anos. Leonardo Pareja ficou conhecido em todo o Brasil em setembro de 1995, quando manteve refém, depois de um assalto, a sobrinha de ninguém mais, ninguém menos, Antônio Carlos Magalhães, à época, um dos políticos mais influentes do país. O mais surpreendente foi o fato de Pareja ter escapado da polícia e, não bastasse o feito, começou a zombar das autoridades ao dar entrevistas para rádios anunciando as cidades onde cometeria seus novos ataques. Foi capturado e cumpriu pena no maior presídio de Goiás, o então Cepaigo.

Em 1996 liderou uma fuga espetacular de presos, que posteriormente, recapturados, acusaram o então diretor da penitenciária, Coronel Nicola Limongi, de maus tratos. As denúncias foram investigadas e, no dia 26 de abril de 1996, o então presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, desembargador Homero Sabino, decidiu ir pessoalmente ao presídio verificar as condições em que viviam os detentos. Estava armado o palco daquela que se transformaria em uma das maiores rebeliões do país. O desembargador, o Coronel Nicola Limongi e outras autoridades da segurança pública foram feitos reféns no motim comandado por Leonardo Pareja.

Em meio ao caos da rebelião, Pareja protagonizou uma cena inusitada: ao lado de um colega, escalou a caixa d’água do presídio e lá de cima começou a tocar violão e a cantar Vida de Gado, do cantor Zé Ramalho. Nascia o estranho “mito”, com um marcante senso de espetáculo, capaz de provocar a ira das autoridades goianas e ganhar a simpatia da opinião pública. A rebelião terminou ao vivo, televisionada pelas principais emissoras do país, e com Leonardo Pareja dando uma volta pela cidade, ao lado do desembargador Homero Sabino, em um dos carros cedidos pela polícia goiana, uma das estranhas exigências feitas pelo bandido.

De volta à prisão, denunciou à direção do Cepaigo, em dezembro de 1996, um suposto plano de fuga de acusados de matar dois presidiários, amigos de Pareja. No dia 9 de dezembro foi esfaqueado no pescoço pelo detento Eduardo Rodrigues e não resistiu aos ferimentos. A audácia e carisma de Leonardo Pareja despertou a curiosidade nacional, e a vida do criminoso inspirou o livro Ensaio de uma vida bandida, do autor curitibano Leandro França, e o documentário Vida Bandida, do diretor Régis Faria.

 

4. O bicheiro Carlinhos Cachoeira
E por falar em política, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira foi preso pela Política Federal em fevereiro de 2012 pela Operação Monte Carlo, esquema de contravenção do bicheiro envolvendo exploração de jogatina mediante corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. O caso ganhou ainda mais repercussão depois que a PF descobriu ligações do contraventor com diversos políticos de Goiás. Cachoeira, que reside em Goiânia, foi condenado a 39 anos e 8 meses pelos crimes de peculato, corrupção, violação de sigilo e formação de quadrilha. No entanto, recorreu da sentença e passou a aguardar a decisão da Justiça em liberdade. Nem sua esposa passou despercebida nacionalmente neste caso. Também alvo da investigação da Operação Monte Carlo, a goiana Andressa Mendonça chamou atenção de parlamentares e da imprensa por sua beleza e jovialidade, se tornando popularmente conhecida como Musa da CPI.

 

5. A brutalidade de Mohammed d’Ali
Mohammed d’Ali Carvalho dos Santos ficou conhecido por matar a inglesa Cara Marie Burke, de 17 anos, que morava em Goiânia. O crime ocorreu no dia 26 de julho de 2008, em um apartamento do Setor Leste Universitário, na capital. Mohammed foi condenado a 21 anos de prisão após ter assassinado a facadas e esquartejado o corpo da estudante inglesa. O caso teve repercussão mundial devido à sua brutalidade. Mohammed morreu em 2016 após ter sofrido uma overdose enquanto cumpria pena.

 

6. Caso Pedrinho
Um dos sequestros mais conhecidos do país envolveu Pedro Rosalino Braule Pinto, o “Pedrinho”, hoje com 31 anos. Levado dos braços da mãe, em janeiro de 1986, da maternidade Santa Lúcia, em Brasília, o adolescente foi localizado 16 anos depois, em Goiânia, vivendo com outra família e com outro nome. Na mesma época, um exame de DNA mostrou que, na mesma casa, também registrada como filha legítima, morava Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, sequestrada havia mais de 23 anos pela mesma mulher: Vilma Martins Costa. O caso deu tanta repercussão que inspirou até o escritor Aguinaldo Silva a escrever a novela “Senhora do Destino”, da Globo.

 

7. As torturas de Silvia Calabresi
E desse caso, quem lembra? Em março de 2008, após denúncia anônima, uma menina de 12 anos foi encontrada acorrentada em uma escada, amordaçada e com vários ferimentos pelo corpo no apartamento da empresária Silvia Calabresi, em um setor nobre de Goiânia. Com autorização da mãe biológica, Silvia criava a jovem de família humilde com promessa de bons estudos e melhores condições de vida, mas aplicava severos castigos e torturava a garota com a ajuda da empregada. O caso ganhou tamanha repercussão não foi à toa. Silvia Calabresi deixava a menina presa acorrentada, sem beber agua nem comer, tirava pedaços da língua, dos dentes e das unhas com alicate. De noite a menina era solta para limpar o apartamento todo, amordaçada e usando as luvas para nao sujar nada de sangue. Calabresi foi condenada há 14 anos de prisão. A garota torturada, hoje uma linda mulher, diz não guardar nenhum rancor.

 

8. Sequestro do irmão de Zezé de Camargo e Luciano

Apesar de não ser o filho de Francisco mais famoso, o cantor e compositor gospel Wellington Camargo foi vítima de um dos sequestros que mais mobilizou a imprensa e comoveu o povo brasileiro. Raptado em dezembro de 1998 em Goiânia, Wellington passou 94 dias em cativeiro e teve um pedaço de sua orelha esquerda cortada para pressionar o pagamento do resgate. Curiosamente, no decorrer das negociações, os criminosos reduziram o valor pedido inicialmente de US$ 5 milhões para US$ 300 mil. Além de ser irmão dos cantores Zezé de Carmargo e Luciano, o que atenuou a comoção geral foi o fato de Wellington ser cadeirante, vítima de uma poliomielite aos 2 anos de idade.

 

9. A morte do jornalista Valério Luiz

Cronista esportivo foi assassinado com 4 tiros à queima-roupa após sair da rádio em que trabalhava, em Goiânia, em julho de 2012. De acordo com a investigação, as recorrentes críticas de Valério Luiz à cúpula do time Atlético-GO teriam motivado o homicídio. Após 5 anos, caso segue sem solução. A morte do jornalista entrou para a estatísticas de casos de violação contra a liberdade de expressão no Brasil, com mais de 190 registros. O pai do cronista, Mané de Oliveira, morreu em fevereiro de 2021 sem acompanhar o desfecho do caso.

 

10. Cartunista Glauco
A morte do cartunista Glauco virou notícia nacional, mas quem protagonizou essa história foi o assassino dele: Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu. O crime aconteceu em 12 de março de 2010, no sítio onde a vítima morava, em Osasco (SP). Ele invadiu a propriedade e atirou contra as vítimas. Cadu frequentava a Igreja Céu de Maria, fundada por Glauco, que seguia a doutrina religiosa do Santo Daime. Ele acabou indo para o Complexo Médico-Penal do Paraná e depois transferido para Goiânia, onde ficou internado em uma clínica psiquiátrica até 2013. Em 2014, Cadu voltou à prisão após matar duas pessoas durante assalto em Goiânia. 

 

E mais…

Troca dos bebês
Em 2008, dois bebês foram trocados em uma maternidade particular de Goiânia. A confusão foi descoberta 2 anos depois quando uma das mães decidiu fazer um teste de DNA porque o marido suspeitava que o filho não era dele. Uma desconfiança que destruiu o casamento do casal. A mãe do outro bebê que nasceu no horário próximo ao parto disse à polícia que nunca desconfiou que o bebê pudesse ser de outra pessoa, mas aceitou fazer o exame de DNA para esclarecer o caso na época. O dia da troca dos bebês comoveu geral. O caso ganhou tanta repercussão que os cantores João Carreiro e Capataz e apresentadora Ana Maria Braga doaram e reformaram uma casa para que as famílias morassem próximas para não perderem os laços criados com as crianças. 

A delação dos irmãos Batista
Se tem uma coisa que dá repercussão nacional é política. E quando aliado a crimes então nem se fala… Recentemente, tivemos o caso dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos de uma das maiores indústrias frigoríficas do mundo, fundada em Goiás. A PF (Polícia Federal) indiciou os irmãos Joesley e Wesley Batista por uso privilegiado de informações do mercado financeiro e esquema de propina. Para que as condenações fossem amenizadas, os Batista fecharam acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e revelações bombásticas dos irmãos implodiram o meio político envolvendo importantes políticas, entre eles, o atual presidente Michel Temer.