Alunos de escola de Brasília trocam mensagens com ameaças de atentado e polícia investiga

Aulas foram canceladas na manhã desta segunda-feira, 18

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Por developer

Estudantes do Centro Educacional Gisno, em Brasília, trocaram mensagens por Whatsapp entre a noite de domingo (17 de março) e a madrugada desta segunda-feira (18 de março), tramando atentados na escola da Rede Pública.

Os estudantes, três deles tem 17 anos e um 18, combinavam uma “competiçãozinha de quem mata mais” na escola. Um aluno se manifestou dizendo que aceitaria “fazer parte da linha de frente do massacre” e outro detalhou como o atentado deveria ser feito.

O estudante planejava entrar “pelas janelas de trás (áreas de escoteiros), lançar bombas de gás lacrimogênio nas três primeiras salas, e efetuar disparos com revólver nas últimas a fim de colocar todos para correr. Depois dar a volta… eliminando todos que for possível, que estarão trancados por conta do portão”, sugere. Em outra mensagem, um aluno diz já ter posicionado armas, bombas e munição em pontos estratégicos da escola.

As mensagens vazaram para um grupo maior de alunos e chegou até a inteligência da Policia Civil, que localizou os três menores e realizou depoimentos na madrugada de hoje. Ainda segundo os policiais, foram feitas vistorias, mas nada foi encontrado. Os agentes ainda acessaram o celular de um dos envolvidos e localizaram a conversa trocada com os outros colegas.

Algumas das mensagens foram vazadas para um grupo maior de alunos e, em seguida, para a inteligência da Polícia Civil que, de imediato e com a ajuda de funcionários da escola, localizou um dos três menores, que depôs no início da madrugada de hoje.

O menor chegou à delegacia acompanhado da irmã, que se apresentou como responsável. Em seu depoimento, afirmou que a história não tinha passado de uma brincadeira e que não teria coragem de fazer o que estava sendo tramado. Ainda durante a oitiva, ele teceu elogios ao atentado em Suzano. O delegado do caso acredita que os garotos foram influenciados negativamente pelo ocorrido na escola paulista.

As aulas desta segunda-feira foram canceladas e a previsão é de que os estudantes do Gisno voltem à rotina nesta terça-feira (19 de março).

Punição

A direção do colégio já solicitou a transferência dos alunos, que ainda podem responder por incitação ao crime e falso alarme. O diretor enviou os nomes dos alunos para a Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto, para que a medida administrativa seja tomada.

A secretaria agora aguarda a conclusão das investigações, para decidir quais outros procedimentos serão adotados com os estudantes, uma vez que eles não podem ser expulsos por se tratar de um estabelecimento de ensino público.

A ideia é que os alunos maiores de 18 anos sejam responsabilizados criminalmente pelas infrações e também por situações de agressão. A proposta enfrenta resistência dentro do governo e no meio acadêmico.

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Fotos: José Cruz/Agência Brasil e PCDF